Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortá pro meu sertão"
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortá pro meu sertão"
ASA BRANCA,LUIZ GONZAGA E HUMBERTO
TEIXEIRA
FOLCLORE, um universo fantástico e telúrico, de onde eclodem forças “primitivas” e inimagináveis , como, por exemplo...
O Mito do Boto
UMA PROVA CABAL DO PODER DA ORALIDADE, INTERCONECTANDO O MUNDO, DESDE OS MAIS REMOTOS TEMPOS, SE NÃO, LEIA
FOLCLORE, um universo fantástico e telúrico, de onde eclodem forças “primitivas” e inimagináveis , como, por exemplo...
O Mito do Boto
UMA PROVA CABAL DO PODER DA ORALIDADE, INTERCONECTANDO O MUNDO, DESDE OS MAIS REMOTOS TEMPOS, SE NÃO, LEIA
O boto,
mamífero de águas doces, é um cetáceo
delfinídeo do gênero Sotália, parente do golfinho chinês e indiano que,
desde a antiguidade clássica, tem sido considerado um símbolo lúbrico, um
fetiche dedicado a Vênus ou Afrodite, deusa do amor. A razão disso é a analogia
existente entre as qualidades protetoras e sensuais do boto tucuxi amazônico e
aquelas atribuídas ao delfim consagrado a Afrodite, a deusa nascida do mar e
protetora dos amantes. O golfinho, ou delfim, é também associado a Apolo, o
deus da beleza, cuja associação resultou no nome de Delfos ao seu famoso
santuário na Grécia. Além disso, uma tradição chilena ainda hoje conta a
história dos peixes que foram os seres humanos pré-diluvianos, os quais, de
tempos em tempos, saem dos rios e vêm procriar com as mulheres. Em muitos
mitos, por sinal, em várias partes do mundo, sempre houve referências à
fecundação por deuses e entes mágicos. Segundo o historiador Câmara Cascudo,
alguns cronistas relataram histórias do boto como sendo a personificação do
Uauiará, ou Uiara (Senhor das Águas), o grande amante das mulheres caboclas e
índias na mitologia tupi.
O Curupira ,assim como o boitatá, também é um protetor das matas e dos animais
silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados
para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém
desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do
curupira.
Folclore NÃO É APENAS FOLGUEDOS E FESTAS. É A HISTÓRIA CONSTRUÍDA PELOS ANSEIOS, ASPIRAÇÕES, SONHOS, DESEJOS, E ESPERANÇAS DE UM POVO, É UMA LINGUAGEM NA QUAL SE MANIFESTA A VIDA, EM SUA GRANDILOQUÊNCIA...
DIA 22 DE AGOSTO- Dia do Folclore
Brasileiro
DIA 2 DE AGOSTO - Dia Universal do
Folclore
Todo país tem seu folclore. Através
dele fica na memória a história e a cultura de cada povo; o folclore é
construído historicamente; folclore é “sabedoria do povo”
A palavra Folclore provém do
neologismo inglês folk-lore (saber do povo) cunhado por Williem John Thoms, em
1846, para denominar um campo de estudos até então identificado como
"antigüidades populares" ou "literatura popular".
Entretanto, é imprescindível ressaltar que a
definiçao da palavra “folclore” abarca muitos diferentes- e até complementares
– conceitos, ideias,ou seja, é palavra “polissêmica” , com várias
interpretações, vários significados, vários conceitos (Polissemia é a
propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos
múltiplos contextos em que aparece )
Geralmente, os fatos- “causos” -
folclóricos tem autoria- criação- desconhecida, é , portanto, comum o
anonimato;sendo assim de aceitação coletiva, internalizado pelo senso comum;
cada pessoa absorve a essência folclórica e a repassa aos outros a partir de
seu entendimento próprio; e da transmissão oral,assim, resumidamente, folclore:
__Anonimato, aceitação coletiva
(senso comum), transmissão oral
E TANTO MAIS HÁ A FALAR SOBRE “FOLCLORE” QUE, ORA, OPTAMOS POR LER E REFLETIR SOBRE ALGUNS PENSAMENTOS COM IDEIAS-MESTRA A RESPEITO DE CULTURA(S), “FOLCLORE”
·
A vida humana não se caracteriza por
uma totalidade e uma racionalidade dominadores, um centro fixo, uma
metalinguagem que possa apreender sua infinita variedade; há, apenas, uma
pluralidade de culturas e narrativas que não podem ser hierarquicamente
ordenadas ou "privilegiadas" e que devem, portanto, respeitar a
inviolável "diversidade" de maneiras de fazer as coisas que não lhe
são intrínsecas
·
A verdade é o produto da
interpretação, os fatos são construções do discurso (...) o sujeito humano é
uma ficção, tanto quanto a realidade que contempla
·
A cultura pós-moderna volta sua
aversão por limites e categorias fixos para a tradicional distinção entre
"grande arte" e "arte popular", desconstruindo o limite
entre elas ao produzir artefatos autoconscientemente populistas ou comuns, ou
que se oferecem como mercadorias para o consumo enquanto fonte de prazer.
Terry EagletonDo livro: Teoria da Literatura: Uma introdução. Trad. Waltensir Dutra, Martins Fontes
O VIRA
João Ricardo-LuliO GATO PRETO CRUZOU A ESTRADA
PASSOU POR DEBAIXO DA ESCADA
E LÁ NO FUNDO AZUL
NA NOITE DA FLORESTA
A LUA ILUMINOU
A DANÇA, A RODA, A FESTA
.VIRA, VIRA, VIRA
VIRA, VIRA HOMEM, VIRA, VIRA,
VIRA, VIRA, LOBISOMEM.
BAILAM CORUJAS E PIRILAMPOS
ENTRE OS SACIS E AS FADAS
E LÁ NO FUNDO AZUL
NA NOITE DA FLORESTA
A LUA ILUMINOU A DANÇA, A RODA, A FESTA.
VIRA, VIRA, VIRA
VIRA, VIRA HOMEM,
VIRA, VIRA,
VIRA, VIRA, LOBISOMEM
HISTÓRIA DA MPB-Secos & Molhados 1973 -100 DISCOS FUNDAMENTAIS DA MPB
LJD
O pensamento mítico, historicamente, foi a primeira forma de compreensão
do homem em relação a si, ao mundo
SER HUMANO, SER DE LINGUAGENS: movimento de fluxo e refluxo entre racionalidade e emocionalidade
SER HUMANO, SER DE LINGUAGENS: movimento de fluxo e refluxo entre racionalidade e emocionalidade
CULTURAS, TRADIÇÕES, COSTUMES, CRENÇAS , LENDAS , DOGMAS, PRECEITOS, CONCEITOS, PRE-CONCEITOS, , SIGNOS, SIMULACROS, SÍMBOLOS ANTIGOS E MODERNOS ASSOCIADOS À VIDA
NA URDIDURA DESSES VIESES, VEMOS O SACI-PERERÊ , O NOSSO MOLEQUE TRAVESSO E BRINCALHÃO, O SACI-PERERÊ É UM PERSONAGEM DO FOLCLORE BRASILEIRO, TALVEZ O MAIS POPULAR DE TODOS.
A carapuça do Saci lhe dá poderes mágicos. Ele pode fazer desaparecer objetos, prender as pessoas, derrubar água, fazer uma chama de fogão se acender sozinha, etc. Quando alguém consegue tirar de sua cabeça a carapuça, o traquino fica sob o domínio dessa pessoa. Mas ele é muito esperto e rouba o gorro de volta. Na mata brasileira, o Saci nasceria em brotos de bambus.
A origem do mito, na verdade, está ligada a tribos de índios do sul do país. Mas a oralidade dá conta de um mito difundido e consolidado em todo o território nacional.
Num diálogo entre as culturas, o Saci-Pererê ganhou da mitologia africana o cachimbo, e da europeia a carapuça - muito parecida com o gorro vermelho do ente Trasgo [criaturinha que usa um gorro na mesma cor e tem poderes mágicos (numa lenda portuguesa)].
Uma ideia “maléfica” inicial da figura do Saci foi vencida, principalmente pela camaradagem dada ao mito popular pelo escritor Monteiro Lobato. E o Saci mostra-se apenas um trapaceador, porém amistoso e mesmo “filósofo”, paladino da justiça;assim, O Saci-Pererê ficou mais popular depois de adaptado às obras de Monteiro Lobato, sendo personagem do Sítio do Picapau Amarelo, como no livro intitulado O Saci:
— Basta,
amigo saci. Não quero mais saber de filosofias, quero conhecer os segredos da noite na floresta. Mostre-me os filhos do
medo que você conhece.
Desde que há tanta gente medrosa no
mundo, deve haver muitos filhos do medo.
— Se há! — exclamou o Saci. — os medrosos são os maiores criadores das
coisas do medo. Aqui
nestas américas, temos também muitas criações do medo, não só dos índios
chamados aborígenes, como dos negros que vieram da África ...
O Saci, Monteiro
Lobato
SER HUMANO: social e comunicativo
·
ESTE VÍNCULO ORIGINÁRIO ENTRE A CONSCIÊNCIA
LINGUÍSTICA E A MÍTICO-RELIGIOSA EXPRESSA-SE, SOBRETUDO, NO FACTO DE QUE TODAS
AS FORMAÇÕES VERBAIS APARECEM OUTROSSIM COMO ENTIDADES MÍTICAS, PROVIDAS DE
DETERMINADOS PODERES MÍTICOS, E DE QUE A PALAVRA SE CONVERTE NUMA ESPÉCIE DE
ARQUIPOTÊNCIA, ONDE RADICA TODO O SER E TODO O ACONTECER.
CASSIRER
CASSIRER
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