ANO DE 1822: A INDEPENDÊNCIA
DO BRASIL, UM PROCESSO HISTÓRICO, CONECTADO A UMA TRAMA POLÍTICO SOCIAL,
ENVOLVENDO NÃO SÓ PORTUGAL, ESPANHA, MAS MUITOS OUTROS PAISES ENTRELAÇADOS POR
INTERESSES DE FAMA E GLÓRIA, SOBERANIA, “RIQUEZAS E PODERES”
LJD
07 de setembro de 1822 não foi um ato isolado do príncipe
D. Pedro, e sim um acontecimento que integra o processo de crise do Antigo
Sistema Colonial, iniciada com as revoltas de emancipação no final do século
XVIII.
A
independência do Brasil restringiu-se à
esfera política, não alterando em nada a realidade sócio-econômica, que se
manteve com as mesmas características do período colonial
Portanto 07 de setembro de 1822 não foi um ato isolado do príncipe D.
Pedro, e sim um acontecimento que integra o processo de crise do Antigo Sistema
Colonial, iniciada com as revoltas de emancipação no final do século XVIII.
Com a “Independência”, a realidade sócio-econômica
se manteve com as mesmas características do período colonial; porquanto a
história se realiza no tempo e no espaço, processual e continuamente, nada- ou
quase nada- se muda com em passes de mágica; outrossim, contextualizado,
circunstancializado, às últimas décadas do século XVIII , assinalando-se na
América Latina a crise do Antigo Sistema Colonial.
"ANTES DO GRITO..."
NO MEIO DO
CAMINHO....
A INCONFIDÊNCIA MINEIRA E A CONJURAÇÃO BAIANA. FORAM OS PRIMEIROS
MOVIMENTOS SOCIAIS DA HISTÓRIA DO BRASIL
No Brasil, essa crise foi marcada pelas rebeliões de emancipação,
destacando-se a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Foram os primeiros
movimentos sociais da história do Brasil a questionar o pacto colonial e
assumir um caráter republicano. Era apenas o início do processo de
independência política do Brasil, que se estende até 1822 com o "sete de
setembro". Esta situação de crise do antigo sistema colonial, era na
verdade, parte integrante da decadência do Antigo Regime europeu, debilitado
pela Revolução Industrial na Inglaterra e principalmente pela difusão do
liberalismo econômico e dos princípios iluministas, que juntos formarão a base
ideológica para a Independência dos Estados Unidos (1776) e para a Revolução
Francesa (1789). Trata-se de um dos mais importantes movimentos de transição na
História, assinalado pela passagem da idade moderna para a contemporânea,
representada pela transição do capitalismo comercial para o industrial.
O AGRAVAMENTO DA CRISE DO COLONIALISMO NO BRASIL, JÁ QUE TROUXERAM
PELA PRIMEIRA VEZ OS IDEAIS ILUMINISTAS E OS OBJETIVOS REPUBLICANOS.
A FAMÍLIA REAL NO BRASIL E A PREPONDERÂNCIA INGLESA
Há muito Portugal
dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda
de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal,
para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a
independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados,
tanto fornecedores, como consumidores.
Com a assinatura dos Tratados de 1810
(Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o
monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do
capitalismo inglês.Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao
absolutismo em Portugal com a Revolução do Porto. Implantou-se uma monarquia
constitucional, o que deu um caráter liberal ao movimento. Mas, ao mesmo tempo,
por tratar-se de uma burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução
assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI retorna para
Portugal e seu filho aproxima-se ainda mais da aristocracia rural brasileira,
que sentia-se duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção recolonizadora
de Portugal e as guerras de independência na América Espanhola, responsáveis
pela divisão da região em repúblicas.
A aristocracia rural brasileira
encaminhou a independência do Brasil com o cuidado de não afetar seus
privilégios, representados pelo latifúndio e escravismo.
Dessa forma, a independência foi
imposta verticalmente, com a preocupação em manter a unidade nacional e
conciliar as divergências existentes dentro da própria elite rural, afastando
os setores mais baixos da sociedade representados por escravos e trabalhadores
pobres em geral.
Com a volta de D.
João VI para Portugal e as exigências para que também o príncipe regente
voltasse, a aristocracia rural passa a viver sob um difícil dilema: conter a
recolonização e ao mesmo tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse o caráter
revolucionário-republicano que marcava a independência da América Espanhola, o
que evidentemente ameaçaria seus privilégios.
A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro com a loja maçônica Comércio e
Artes) e a imprensa uniram suas forças contra a postura recolonizadora das
Cortes.
D. Pedro é sondado para ficar
no Brasil, pois sua partida poderia representar o esfacelamento do país. Era
preciso ganhar o apoio de D. Pedro, em torno do qual se concretizariam os
interesses da aristocracia rural brasileira. Um abaixo assinado de oito mil
assinaturas foi levado por José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D.
Pedro em 9 de janeiro de 1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo
às pressões, D. Pedro decidiu-se: “Como é para o bem de todos e felicidade
geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”
Em 3 de junho foi convocada uma
Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e em primeiro de agosto
considerou-se inimigas as tropas portuguesas que tentassem desembarcar no
Brasil.
São Paulo vivia um clima de instabilidade para os irmãos Andradas, pois
Martim Francisco (vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo) foi
forçado a demitir-se, sendo expulso da província. Em Portugal, a reação
tornava-se radical, com ameaça de envio de tropas, caso o príncipe não
retornasse imediatamente.
José Bonifácio,
transmitiu a decisão portuguesa ao príncipe, juntamente com carta sua e de D.
Maria Leopoldina, que ficara no Rio de Janeiro como regente. No dia sete de
setembro de 1822 D. Pedro que se encontrava às margens do riacho Ipiranga, em
São Paulo, após a leitura das cartas que chegaram em suas mãos, bradou: “É
tempo… Independência ou morte… Estamos separados de Portugal”.Chegando no Rio
de Janeiro (14 de setembro de 1822), D. Pedro foi aclamado Imperador
Constitucional do Brasil. Era o início do Império, embora a coroação apenas se
realizasse em primeiro de dezembro de 1822.
Enfim, com o apoio
da elite, D.Pedro declara o Brasil independente ( 7 DE SETEMBRO DE 1822) ; a
Independência- O “sete de setembro”- foi a consolidação de uma ruptura
política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos.
Isto posto, salvo os
inconvenientes hiatos decorrentes do resumo, retornamos à epígrafe com que
abrimos esta postagem, assim sublinhando:
A HISTÓRIA DO PRESENTE IMPLICA DEMANDAR UMA NOVA RELAÇÃO ENTRE PASSADO E
PRESENTE, PARA QUE AS PRÁTICAS DE LIBERDADE POSSAM CONTINUAR SEU TRABALHO
INFINITO
O IMPULSO
DE PRESERVAR O PASSADO É PARTE DO IMPULSO DE PRESERVAR O EU. SEM SABER ONDE
ESTIVEMOS, É DIFÍCIL SABER PARA ONDE ESTAMOS INDO. O PASSADO É O FUNDAMENTO DA
IDENTIDADE INDIVIDUAL E COLETIVA; OBJETOS DO PASSADO SÃO A FONTE DA
SIGNIFICAÇÃO COMO SÍMBOLOS CULTURAIS. O IMPULSO NOSTÁLGICO É UM IMPORTANTE
AGENTE DO AJUSTE À CRISE, É O SEU EMOLIENTE SOCIAL, REFORÇANDO A IDENTIDADE
NACIONAL QUANDO A CONFIANÇA ENFRAQUECE OU É AMEAÇADA.
HEWISON,1987,
APUD HARVEY
Grito dos Excluídos 2013
tem juventude como tema-chave este ano
O 19º Grito dos Excluídos terá como tema este ano a
exclusão dos jovens.
O Grito
dos Excluídos 2013 convoca jovens ao protagonismo social
O Grito dos Excluídos 2013 lembrou que a
independência substancial ainda não aconteceu, e só acontecerá quando todos
tiverem acesso a saúde, educação e ao poder público.”
O
Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, aberto
e plural, polifônico, com a clareza de que “nada se conquista no grito”, se não, processual e
organizadamente, democraticamente
O Grito dos Excluídos foi criado em 1994, mas
o primeiro evento só ocorreu em setembro de 1995. Ele é organizado pela
Pastoral Social da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)