NA PRIMEIRA NOITE, ELES SE APROXIMAM, COLHEM UMA FLOR DE NOSSO JARDIM E NÃO DIZEMOS NADA. NA SEGUNDA NOITE, JÁ NÃO SE ESCONDEM, PISAM NAS FLORES, MATAM NOSSO CÃO E NÃO DIZEMOS NADA. ATÉ QUE , UM DIA, O MAIS FRÁGIL DELES ENTRA SOZINHO EM NOSSA CASA, ROUBA-NOS A LUA E, CONHECENDO NOSSO MEDO, ARRANCA-NOS A VOZ DA GARGANTA. E, PORQUE NÃO DISSEMOS NADA, JÁ NÃO PODEMOS DIZER NADA
MAIAKÓWSKY
OU...NAS PALAVRAS DE MARINA COLASSANTI:
A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário