segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

20 de janeiro : São Sebastião...Um fantástico enredo...

20 DE JANEIRO - DIA DE SÃO SEBASTIÃO / OXÓSSI/ ODE E... APOLO


São Sebastião é chamado “o Apolo cristão “ ; São Sebastião é um dos santos mais reproduzidos pela arte em geral.


A propósito, porque os textos dialogam, porque tudo está interconectado ou, em outras palavras, porque é irrefutável o aspecto dialógico inerente à linguagem humana...uma palavra puxa outra palavra, uma conversa puxa outra, uma história puxa outra, que puxa outra....em histórias sem fim..


Assim, como outras, e todas as histórias, é a história de São Sebastião povoada de controvérsias, com marcas do imaginário de todos os tempos, chegando mesmo à Grécia antiga dos deuses pagãos habitantes do Olimpo, de Hades, com a mesma riqueza de imaginação o mito acompanha a trajetória do Homem,-


Hibridismo, multiculturalismo asseguram a “integridade”, a imortalidade, a eternidade do mito, contado, cantado na relação tempo-espaço- assim, re-criam-se os mitos pelos sonhos, pelos desejos, pelos sentimentos, pelas razões , consoante contextos e circunstâncias da história da humanidade-


Na mitologia atual, desse século XXI, ainda, o retorno aos mitos dos tempos primordiais; o culto a São Sebastião, por exemplo, tomou muito do simbolismo do culto pagão de Apolo, significado nas flechas, no “belo”, jovial, no amor , na proteção contra pestes e doenças novas doenças que afligem a humanidade em pleno século XXI deram ao “Ao Mártir de Cristo, Santo Varão” nova missão.; e, ainda sem fundamentação histórica, portanto, se verdade ou mentira não se sabe, apregoam alguns “contadores da história de São Sebastião” que o Seu martírio foi uma possível vingança do Imperador Deocleciano, que devotava ao militar Sebastião uma avassaladora paixão, então, rejeitado, tornou-se um “amante enfurecido”, o que o fez mandar perfurar com flechas o belo e corajoso militar Sebastião. Daí, as aproximações de São Sebastião com o deus pagão, da Grécia Antiga, o belo , flecheiro e apaixonado Apolo
Segundo alguns devotos de São Sebastião, sem padroeiro oficial, os homossexuais o proclamaram como Padroeiro!




Recordemos, então, quem foi Apolo:


  • Apolo- segundo a mitologia grega, é o deus grego (‘pagão”) da beleza, da juventude e da luz; Filho de Leto e de Zeus, irmão gêmeo de Artemis deusa da lua e da caça. Apolo é associado ao sol e ao pastoreio. Apolo é descrito como um jovem alto e bonito; simboliza a ordem, a medida e a inteligência. Apolo é considerado o patrono das artes.

Apolo se gabava muito de ser o melhor arqueiro, melhor que Eros - ou Cupido, deus do amor; Eros para se vingar de Apolo lançou uma flecha com ouro na ponta, no coração de Apolo, que se apaixonou por Dafne, uma bela ninfa, filha do rio-deus Peneu. Em Dafne, Cupido lançou uma flecha com chumbo na ponta. E Dafne com repulsa por Apolo, fugindo dele, pediu que o rio-deus- o pai de Dafne- mudasse sua forma. Dafne se transformou em uma planta – o loureiro. Apolo chorou por ter perdido seu amor e disse que a levaria para sempre consigo. Desde então, o loureiro acompanhou o deus Apolo, tornando-se seu símbolo por todo o sempre.


Os ramos do loureiro sempre acompanham Apolo, em sua coroa verde e vistosa, participando de seus “triunfos” eternamente. Enfim, os ramos de loureiro são associados a Apolo; nos Jogos Olímpicos, a “coroa de louro” representa “triunfo, vitória, prêmio”.

  • Ora, voltamos a falar sobre São Sebastião do Rio de Janeiro : O padroeiro da cidade do Rio de Janeiro e da arquidiocese do Rio de Janeiro



Na África, São Sebastião é também cultuado como Ode, que significa “caçador”.


No Brasil,, SÃO SEBASTIÃO / OXÓSSI / ODE tem grande prestígio e força popular, recebendo o título de Rei das Matas. Todos os Seus símbolos são ligados à caça; arquetipicamente, representa o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem o alterar.


Oxóssi – tem um perfil psicológico- é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente.




Dito assim, vamos contar a história de São Sebastião, pela ótica do cristianismo


São Sebastião nasceu em Narbona, então pertencente ao Império Romano, situada no sul da França, antiga Província das Gálias. Quando Sebastião era ainda pequeno, sua família cristã mudou-se para a cidade de Milão, um pouco mais próxima de Roma, capital do Império, onde morreu seu pai, ficando entregue aos cuidados maternos. Ainda jovem tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas, considerado um dos oficiais prediletos do imperador Diocleciano. Sebastião, o exímio oficial militar cristão, revelava o Deus verdadeiro aos soldados e aos prisioneiros. Secretamente Porém , Sebastião foi denunciado, O sanguinário imperador romano Deocleciano condenou cruelmente Sebastião, que foi amarrado a uma árvore e executado a flechadas. Sebastião foi dado como morto e ali mesmo abandonado, pela mesma guarda que antes chefiara. Uma senhora cristã foi até o local à noite, pretendendo dar-lhe um túmulo digno, encontrou-o vivo! A senhora tratou de suas feridas. Curado. ele mesmo se apresentou àquele imperador anunciando o poder do Nosso Senhor Jesus Cristo e censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos. Deocleciano outra vez condenou Sebastião, desta vez, ao martírio no Circo. Sebastião foi executado, então, com pauladas e boladas de chumbo, açoitado até a morte, no dia 20 de janeiro de 288. Sebastião foi jogado numa fossa, de onde a piedosa cristã Santa Luciana o tirou, para sepultá-lo junto de São Pedro e São Paulo. Em 680 , as relíquias foram transportadas solenemente para a basílica de São Paulo Fora dos Muros, construída pelo imperador Constantino. Naquela ocasião em Roma a peste vitimava muita gente, mas a terrível epidemia desapareceu na hora daquela transladação. Em outras ocasiões foi constatado o mesmo fato; e tantos milagres reconhecidos pela igreja católica conferiu a São Sebastião a santificação

No Império Romano, os deuses pagãos eram adorados, mas o Deus do cristianismo era proibido adorar, quem desobedecesse ao imperador Deocleciano era aprisionado, castigado, e mesmo morto
Fonte: http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=1806&cod_canal=44




Enfim, agora, ficamos com um trecho da mensagem do Arcebispo de nossa cidade:


  • 20 DE JANEIRO DE 2011 –Mensagem do Arcebispo da cidade do Rio de Janeiro, no “DIA DE SÃO SEBASTIÂO: O padroeiro da cidade e a paz

Ao refletir sobre a vida de nosso padroeiro, patrono contra a fome, a peste e a guerra, a arquidiocese escolheu, para este ano de 2011, aprofundar na trezena em honra de São Sebastião o tema retirado de uma das invocações de sua ladainha: mensageiro da paz. Que nosso padroeiro inspire cristãos que levem a paz de Cristo para a nossa cidade e para a nossa arquidiocese. A paz que é tão necessária para todos!


... Para nossa cidade uma bênção de paz para que as guerras e os ódios cedam lugar ao diálogo e à construção de uma civilização de amor.


Dom Orani João Tempesta, O. Cist. Jornal do Brasil-17/01/ 2010


E, com a música de Gilberto Gil e Milton Nascimento, oremos, crendo na palavra, que é força e poder !

SEBASTIAN

música de Gilberto Gil - letra de Milton Nascimento
Sebastian, Sebastião
Diante da tua imagem
Tão castigada e tão bela
penso na tua cidade
Peço que olhes por ela
Cada parte do teu corpo
Cada flecha envenenada
Flechada por pura inveja
é um pedaço de bairro
é uma praça do Rio
Enchendo de horror quem passa
Oô cidade, oô menino
Que me ardem de paixão
Eu prefiro que essas flechas
Saltem pra minha canção
Livrem da dor meus amados
Que na cidade tranqüila
Sarada cada ferida
Tudo se transforme em vida
Canteiro cheio de flores
pra que só chorem, querido,
Tu e a cidade, de amores


Ademais, transcrevemos as citações a seguir, pois que elas tem muito em comum com tudo que acabamos de ler; logo, oportuno é ler e refletir, formar sua opinião, seu ponto de vista, potencializando sua habilidade e competência como leitor crítico, e responsável, um cidadão, um agente partícipe da história




Só a Mudança é Permanente
Arthur Schopenhauer


Diálogo não significa apenas a comunicação entre duas pessoas; refere-se ao amplo intercâmbio de discursos, tanto na dimensão sincrônica como diacrônica, manifestados pela sociedade
Bakhtin


Na realidade, não são palavras o que pronunciamos ou escutamos,
mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais,
agradáveis ou desagradáveis, etc.
Bakhtin


O discurso não tem apenas um sentido ou uma verdade, mas uma história
Foucault


Tudo que é dito não pode ser concebido como uma fala original, pois nele se cruzam o já-dito no/do diálogo social. A concepção do objeto do discurso é um diálogo tecido pelas consciências ideológicas, pela entonação e pelos julgamentos de outrem
Bakhtin


O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa.
Eduardo Galeano


Toda a beleza do mito é justamente seu mistério inacessível, seu enigma não decifrado
Arnaldo Jabor.


No século XX, a mitologia oscila entre o fantástico e o misticismo











Nenhum comentário:

Postar um comentário