quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CON-(IN) FLUÊNCIAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS


SEM MANDAMENTOS É MUITO MAIS DIFÍCIL VIVER!!!...MAS...É QUE É SER LIVRE!!!

EDUCAÇÃO, ÉTICA E CIDADANIA

           Com carinho e com afeto, para os professores-arautos das novas Políticas Públicas Educacionais, revelando-nos que para a imaginação não há o impossível; outrossim,  livre arbítrio, senso moral,  liberdade e responsabilidade, o que, em breves linhas, consubstancia-se na “ÉTICA”

        Ou nas palavras da ilustre filósofa Marilena Chauí :  "agente ético" é  um ser racional, responsável e consciente, que sabe o que faz. "Ética pressupõe consciência, liberdade e responsabilidade (...)  A capacidade de viver bem está em nós mesmos, o mundo exterior é apenas a expressão dessa liberdade

      Se não, ainda, bem a propósito,  vem-nos a “lição” de comportamento e atitude ético-moral e autodeterminação da pessoa na sociedade pela

“ ética da liberdade”,  a prática do bem e do justo, como apregoou Espinosa (Baruch de Espinosa (1632-1677), filósofo holandês) , é preciso estar longe das paixões que escravizam, adoecem, entorpecendo o pensamento, anuviando falares e atos ; em suma, segundo Espinosa, é preciso ter “saúde emocional”para o exercício da  liberdade

Quanto maior o grau de autonomia do indivíduo, maior equilíbrio e mais longe da servidão das paixões estará.
          Espinosa nos recomenda um exercício sistemático da razão e nos diz que “Durante o tempo em que não estamos tomados por afetos que são contrários à nossa natureza, nós temos o poder de ordenar e concatenar as afecções do corpo segundo a ordem própria do intelecto. Do mesmo modo, completa Espinosa, “para acabar com o medo é preciso pensar com firmeza, enumerar e pensar com frequência, os perigos da vida é a melhor maneira de evitá-los é  superá-los por meio da coragem e da fortaleza.”

Com efeito,  “viver é con-viver, exercício de ““suprema satisfação de ânimo”, cultivando a amizade mútua e pensando na sociedade comum, ou seja, de que “ o bem é grandeza precisa” , de que o quanto melhor convivermos com os outros melhor teremos nossa potência de existir aumentada.

Ousamos mesmo dizer que a Ética de Espinosa é uma exaltação aos encontros cuidados pelos jogos das paixões humanas, mediados  pelo conhecimento , pela reflexão, pela crítica, pela responsabilidade; nas palavras de Espinosa:
     O simples conhecimento racional é impotente para nos fazer desejar outras coisas que não àquilo que um conhecimento imaginativo nos apresenta como prazeroso. Em compensação, é possível trabalhar para o futuro, exercitando-nos em imaginar os meios de lutar, de não “ceder à tentação” que será sempre grande. [...] É possível fazer um uso inteiramente prático do pensamento de Espinosa, compreendendo pouco a pouco nossa própria afetividade, ou seja, apreendendo, fundamentalmente, quais são as relações entre conhecimento e afetividade.

Sermos agentes e líderes de processos potencializadores de situações geradoras de alegria , de prazer, de contentamento, de satisfação é nosso dever ético, moral, social; a escola, na pós-modernidade, entre fluxos e refluxos, ditos e desditos, re-clama por uma nova ordem possível e emergente , “sem mandamentos --- ”, redesenhada pela geo-grafia local e global, re-organizada visualmente e dizilvelmente, às luzes do real e do virtual, da imaginação, re-criação, contínuo “vir-a-ser”, empreendendo meios eficazes para garantir a boa saúde institucional e, portanto, das pessoas que, mutuamente,  empreendem-na e são por ela empreendidas, garantindo o êxito da instituição escolar, assim, também, a felicidade das pessoas

                        Sem Mandamentos
Oswaldo Montenegro
Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce
E que triunfe a força da imaginação

 

 CONFIAR O BASTANTE NA VIDA PARA DENUNCIAR TODOS OS FANTASMAS DO NEGATIVO
Gilles Delleuze

 

 

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