SEM MANDAMENTOS É MUITO MAIS DIFÍCIL VIVER!!!...MAS...É QUE É SER LIVRE!!!
EDUCAÇÃO, ÉTICA E
CIDADANIA
“ ética da
liberdade”, a prática do bem e do justo,
como apregoou Espinosa (Baruch de
Espinosa (1632-1677), filósofo holandês) , é preciso estar longe das paixões
que escravizam, adoecem, entorpecendo o pensamento, anuviando falares e atos ; em
suma, segundo Espinosa, é preciso ter “saúde emocional”para o exercício da liberdade
Quanto maior o grau de
autonomia do indivíduo, maior equilíbrio e mais longe da servidão das paixões
estará.
Espinosa nos recomenda um
exercício sistemático da razão e nos diz que “Durante o tempo em que não
estamos tomados por afetos que são contrários à nossa natureza, nós temos o
poder de ordenar e concatenar as afecções do corpo segundo a ordem própria do
intelecto. Do mesmo modo, completa Espinosa, “para acabar com o medo é preciso
pensar com firmeza, enumerar e pensar com frequência, os perigos da vida é a
melhor maneira de evitá-los é superá-los
por meio da coragem e da fortaleza.”
Com efeito, “viver é con-viver, exercício de ““suprema
satisfação de ânimo”, cultivando a amizade mútua e pensando na sociedade comum,
ou seja, de que “ o bem é grandeza precisa” , de que o quanto melhor
convivermos com os outros melhor teremos nossa potência de existir aumentada.
Ousamos mesmo dizer que
a Ética de Espinosa é uma exaltação
aos encontros cuidados pelos jogos das paixões humanas, mediados pelo conhecimento , pela reflexão, pela
crítica, pela responsabilidade; nas palavras de Espinosa:
O
simples conhecimento racional é impotente para nos fazer desejar outras coisas
que não àquilo que um conhecimento imaginativo nos apresenta como prazeroso. Em
compensação, é possível trabalhar para o futuro, exercitando-nos em imaginar os
meios de lutar, de não “ceder à tentação” que será sempre grande. [...] É
possível fazer um uso inteiramente prático do pensamento de Espinosa,
compreendendo pouco a pouco nossa própria afetividade, ou seja, apreendendo,
fundamentalmente, quais são as relações entre conhecimento e afetividade.
Sermos agentes e
líderes de processos potencializadores de situações geradoras de alegria , de prazer,
de contentamento, de satisfação é nosso dever ético, moral, social; a escola,
na pós-modernidade, entre fluxos e refluxos, ditos e desditos, re-clama por uma
nova ordem possível e emergente , “sem mandamentos --- ”, redesenhada pela
geo-grafia local e global, re-organizada visualmente e dizilvelmente, às luzes
do real e do virtual, da imaginação, re-criação, contínuo “vir-a-ser”,
empreendendo meios eficazes para garantir a boa saúde institucional e, portanto,
das pessoas que, mutuamente, empreendem-na
e são por ela empreendidas, garantindo o êxito da instituição escolar, assim,
também, a felicidade das pessoas
Sem Mandamentos
Oswaldo MontenegroHoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce
E que triunfe a força da imaginação
Gilles
Delleuze
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