segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

SALVE, SÃO SEBASTIÃO, OXÓSSI, APOLO, ODE...SALVE!!!

ISSO É MULTICULTURALIDADE: 20 DE JANEIRO - DIA DE SÃO SEBASTIÃO / OXÓSSI/ ODE E... APOLO!!!

No sincretismo religioso, como já ficou dito,  São Sebastião  é Oxóssi, que é o Rei das Matas, divino guardião dos mistérios dos vegetais, das ervas sagradas. O habitat de Oxóssi é a floresta; por isso, a cor de Oxóssi é “verde”.Por conseguinte, ele é um santo zelador, protetor, amante da natureza. Oxóssi é , sim, habilidoso caçador. Dai seu epíteto “ o Caçador de Uma Flecha Só”. Entretanto,  a caça é metáfora da busca do conheci8mento. Quando a flecha  de Oxóssi atinge o alvo é  o conhecimento apreendido!

Por extensão, Oxóssi está ligado ao campo do ensino, da cultura e da arte!!!
 
E sob a ótica do cristianismo,  São Sebastião também é divino, sagrado, poderoso e amado...
Conta a lenda que, na batalha final,  que expulsou os franceses, os quais ocupavam o Rio de Janeiro, São Sebastião foi visto, de espada na mão, entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas. O dia da batalha coincidiu com o dia do santo, celebrado no dia 20 de janeiro.
São Sebastião é o protetor da humanidade contra a fome, a peste e a guerra.
São Sebastião é chamado “o Apolo cristão “ ; um dos santos mais reproduzidos pela arte em geral
A propósito, porque os textos dialogam, porque tudo está interconectado ou, em outras palavras, porque é irrefutável o aspecto dialógico inerente à linguagem humana...uma palavra puxa outra palavra, uma conversa puxa outra, uma história puxa outra, que puxa outra....em histórias sem fim..


Assim, como outras, e todas as histórias, é a história de São Sebastião povoada de controvérsias, com marcas do imaginário de todos os tempos, chegando mesmo à Grécia antiga dos deuses pagãos habitantes do Olimpo, de Hades, com a mesma riqueza de imaginação o mito acompanha a trajetória do Homem,-


Hibridismo, sincretismo, multiculturalismo asseguram a “integridade”, a imortalidade, a eternidade do mito, contado, cantado na relação tempo-espaço. Assim, re-criam-se os mitos pelos sonhos, pelos desejos, pelos sentimentos, pelas (des)razões , consoante contextos e circunstâncias da história da humanidade-

Na mitologia atual, desse século XXI, ainda, o retorno aos mitos dos tempos primordiais; o culto a São Sebastião, por exemplo, tomou muito do simbolismo do culto pagão de Apolo, significado nas flechas, no “belo”, jovial, no amor , na proteção contra pestes e doenças novas doenças que afligem a humanidade em pleno século XXI deram ao “Ao Mártir de Cristo, Santo Varão” nova missão.; e, ainda sem
fundamentação histórica, portanto, se verdade ou mentira não se sabe, apregoam alguns “contadores da história de São Sebastião” que o Seu martírio foi uma possível vingança do Imperador Deocleciano, que devotava ao militar Sebastião uma avassaladora paixão, então, rejeitado, tornou-se um “amante enfurecido”, o que o fez mandar perfurar com flechas o belo e corajoso militar Sebastião. Daí, as aproximações de São Sebastião com o deus pagão, da Grécia Antiga, o belo , flecheiro e apaixonado Apolo
Segundo alguns devotos de São Sebastião, sem padroeiro oficial, os homossexuais o proclamaram como Padroeiro!

Recordemos, então, quem foi Apolo:

Apolo- segundo a mitologia grega, é o deus grego (‘pagão”) da beleza, da juventude e da luz; Filho de Leto e de Zeus, irmão gêmeo de Artemis deusa da lua e da caça. Apolo é associado ao sol e ao pastoreio. Apolo é descrito como um jovem alto e bonito; simboliza a ordem, a medida e a inteligência. Apolo é considerado o patrono das artes.
Apolo se gabava muito de ser o melhor arqueiro, melhor que Eros - ou Cupido, deus do amor; Eros para se vingar de Apolo lançou uma flecha com ouro na ponta, no coração de Apolo, que se apaixonou por Dafne, uma bela ninfa, filha do rio-deus Peneu. Em Dafne, Cupido lançou uma flecha com chumbo na ponta. E Dafne com repulsa por Apolo, fugindo dele, pediu que o rio-deus- o pai de Dafne- mudasse sua forma. Dafne se transformou em uma planta – o loureiro. Apolo chorou por ter perdido seu amor e disse que a levaria para sempre consigo. Desde então, o loureiro acompanhou o deus Apolo, tornando-se seu símbolo por todo o sempre.


Os ramos do loureiro sempre acompanham Apolo, em sua coroa verde e vistosa, participando de seus “triunfos” eternamente. Enfim, os ramos de loureiro são associados a Apolo; nos Jogos Olímpicos, a “coroa de louro” representa “triunfo, vitória, prêmio”.
 São Sebastião do Rio de Janeiro : O padroeiro da cidade do Rio de Janeiro e da arquidiocese do Rio de Janeiro
Na África, São Sebastião é também cultuado como Ode, que significa “caçador”.

No Brasil,, SÃO SEBASTIÃO / OXÓSSI / ODE tem grande prestígio e força popular, recebendo o título de Rei das Matas. Todos os Seus símbolos são ligados à caça; arquetipicamente, representa o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem o alterar, sem destruir

Oxóssi – tem um perfil psicológico- é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente.

Neste ponto, vamos voltar à história de São Sebastião, pela ótica do cristianismo

São Sebastião nasceu em Narbona, então pertencente ao Império Romano, situada no sul da França, antiga Província das Gálias( para alguns estudiosos, São Sebastião nasceu na Itália) Quando Sebastião era ainda pequeno, sua família cristã mudou-se para a cidade de Milão, um pouco mais próxima de Roma, capital do Império, onde morreu seu pai, ficando entregue aos cuidados maternos. Ainda jovem tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas, considerado um dos oficiais prediletos do imperador Diocleciano. Sebastião, o exímio oficial militar cristão, revelava o Deus verdadeiro aos soldados e aos prisioneiros. Secretamente Porém , Sebastião foi denunciado, O sanguinário imperador romano Deocleciano condenou cruelmente Sebastião, que foi amarrado a uma árvore e executado a flechadas. Sebastião foi dado como morto e ali mesmo abandonado, pela mesma guarda que antes chefiara. Uma senhora cristã foi até o local à noite, pretendendo dar-lhe um túmulo digno, encontrou-o vivo! A senhora tratou de suas feridas. Curado. ele mesmo se apresentou àquele imperador anunciando o poder do Nosso Senhor Jesus Cristo e censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos. Deocleciano outra vez condenou Sebastião, desta vez, ao martírio no Circo. Sebastião foi executado, então, com pauladas e boladas de chumbo, açoitado até a morte, no dia 20 de janeiro de 288. Sebastião foi jogado numa fossa, de onde a piedosa cristã Santa Luciana o tirou, para sepultá-lo junto de São Pedro e São Paulo. Em 680 , as relíquias foram transportadas solenemente para a basílica de São Paulo Fora dos Muros, construída pelo imperador Constantino. Naquela ocasião em Roma a peste vitimava muita gente, mas a terrível epidemia desapareceu na hora daquela transladação. Em outras ocasiões foi constatado o mesmo fato; e tantos milagres reconhecidos pela igreja católica conferiu a São Sebastião a santificação
No Império Romano, os deuses pagãos eram adorados, mas era proibido adorar o Deus do cristianismo, quem desobedecesse ao imperador Deocleciano era aprisionado, castigado, e mesmo morto
Fonte: http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=1806&cod_canal=44



E, com a música de Gilberto Gil e Milton Nascimento, oremos, crendo na palavra, que é força e poder !

SEBASTIAN

música de Gilberto Gil - letra de Milton Nascimento
Sebastian, Sebastião
Diante da tua imagem
Tão castigada e tão bela
penso na tua cidade
Peço que olhes por ela
Cada parte do teu corpo
Cada flecha envenenada
Flechada por pura inveja
é um pedaço de bairroé uma praça do Rio
Enchendo de horror quem passa
Oô cidade, oô menino
Que me ardem de paixão
Eu prefiro que essas flechas
Saltem pra minha canção
Livrem da dor meus amados
Que na cidade tranqüila
Sarada cada ferida
Tudo se transforme em vida
Canteiro cheio de flores
pra que só chorem, querido,
Tu e a cidade, de amores

Ademais, transcrevemos as citações a seguir, pois que elas tem muito em comum com tudo que acabamos de ler; logo, oportuno é ler e refletir, formar sua opinião, seu ponto de vista, potencializando sua habilidade e competência como leitor crítico, e responsável, um cidadão, um agente partícipe da história

Diálogo não significa apenas a comunicação entre duas pessoas; refere-se ao amplo intercâmbio de discursos, tanto na dimensão sincrônica como diacrônica, manifestados pela sociedade
Bakhtin
Na realidade, não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis, etc.
Mikhail Bakhtin

O discurso não tem apenas um sentido ou uma verdade, mas uma história
Michel Foucault

Tudo que é dito não pode ser concebido como uma fala original, pois nele se cruzam o já-dito no/do diálogo social. A concepção do objeto do discurso é um diálogo tecido pelas consciências ideológicas, pela entonação e pelos julgamentos de outrem
Mikhail  Bakhtin



LJD


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