segunda-feira, 3 de junho de 2013

São infinitos os caminhos das políticas públicas educacionais e, dizendo um pouco mais, de forma entusiasta, sem perder a razão, binômio de um empreendimento desejado e possível, em consecução, no C. E. Jose Marti


Políticas públicas e demanda social


Um Modelo de política pública inclusiva na Educação Pública  do Munícipio do Rio de Janeiro- PEJA
Um Modelo de política pública inclusiva na Educação Pública  do Estado do Rio de Janeiro- Programa Autonomia- EJA- NOVA EJA..
1985...2013

 

Neste breve estudo acerca da política pública em educação no município do Rio de Janeiro, abordaremos a educação de jovens e adultos na Rede Municipal de Ensino, as múltiplas dimensões de uma política- sócio-pedagógica , diagnóstica e prognóstica , pela excelência da qualidade da educação, com tônica para a escola cidadã e inclusiva; política pública

 

“O atendimento destina-se a pessoas jovens e adultas, a partir de 14 anos completos, sem limite máximo de idade, interessadas em completar os estudos referentes ao Ensino Fundamental, na Rede Pública do Município do Rio de Janeiro”


POLÍTICA PÚBLICA IMPLANTADA

Neste breve estudo acerca da política pública em educação no município do Rio de Janeiro, abordaremos a educação de jovens e adultos na Rede Municipal de Ensino, as múltiplas dimensões de uma política- sócio-pedagógica , diagnóstica e prognóstica , pela excelência da qualidade da educação, com tônica para a escola cidadã e inclusiva; política pública
 

“O atendimento destina-se a pessoas jovens e adultas, a partir de 14 anos completos, sem limite máximo de idade, interessadas em completar os estudos referentes ao Ensino Fundamental, na Rede Pública do Município do RJ
 

CONTEXTO LOCAL DEFLAGRADOR

ESCOLA PÚBLICA: ESPAÇO EMINENTEMENTE ÉTICO, DE VEEMENTE  RESPONSABILIDADE SOCIAL  E  CIDADANIA

A Educação de Jovens e Adultos
Desde 1930, a Educação de pessoas jovens e adultas vem ganhando espaço no lócus escolar, com campanhas intensas de alfabetização nas décadas de 40 e 50. Eclodindo com os movimentos de cultura popular, nos 60 e, ainda, com os governos militares, o Ensino Supletivo;  sob a Legislação da Lei de Diretrizes  e Bases da Educação Nacional Nº 5692/71

     Em 1990, deu-se a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, sendo este o principal documento  que regulamenta e normatiza esta modalidade de ensino no Brasil. Segundo Cury (2002)

     A Educação de Jovens e Adultos (EJA), nesse contexto, já não teria mais a função de suprir, de compensar a escolaridade perdida, como está mencionado no Parecer 699/72, mas sim a de REPARAR, EQUALIZAR e QUALIFICAR (Soares, 2002).

     Assim sendo, nos anos 90 , vimos o fortalecimento de uma política e metodologias criativas , evocativas, empreendedoras de uma escola cidadã, sendo tônica a multiculturalidade, delineando-se,pois, a escola inclusiva , propugnada pela sociedade brasileira , acadêmicos, políticos,   estudiosos reivindicativos e ilustres de nosso país e professores-educadores,exacerbando-se a   função social da escola Anos mais tarde, nas últimas décadas do século XX e século XXI, traduzindo-se no mote imperativo e emblemático : “ EDUCAÇÂO PARA (POR) TODOS”

     Com a publicação da LDB nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação atuais, a Educação de Jovens e Adultos ganha a Seção V, artigo 37, que afirma que esta modalidade será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.  Nesses termos, a  LDB reafirma o respeito à cultura e ao pluralismo de idéias: em seu Art.3º, item II, declara que o ensino terá alguns princípios, dentre os quais, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e “divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber”

     Com efeito, as Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA- Educação de Jovens e Adultos -  uma educação permanente, que considere as necessidades e incentive as potencialidades dos educandos,promovendo a autonomia e transformando esses jovens e adultos em sujeitos da aprendizagem; agentes-partícipes de uma escola cidadã, alicerçada nos  Direitos Humanos, numa educação voltada à vida, para os interesses desses jovens e adultos;  antes, “abandonados pela sociedade, depois, pela escola”

 

O PEJA, CRIADO NO ANO DE  1985,  UMA POLÍTICA SINGULAR E BEM-SUCEDIDA DA SME-RJ

     O atendimento à Educação de Jovens e Adultos na Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro foi implantado pela Secretaria Municipal de Educação em 1985, nos Centros Integrados de Educação Pública (CIEP), para atendimento à população na faixa etária de 14 (quatorze) a 20 (vinte) anos,  um projeto dirigido, principalmente, à alfabetização:
 

(...) Criar uma nova relação entre a escola e os professores, de um lado, e

os jovens alfabetizandos, do outro. Uma relação de troca entre o

saber universal e científico da escola, e o saber das camadas

populares, produzido em sua luta diária pela sobrevivência.

(Documento original do PEJ – 1985 apud Documento PEJA, 2005, p.7)

 

     Em 1998, a Secretaria Municipal de Educação, com a parceria estabelecida

no novo convênio SME/MEC/FNDE nº 07922/97, implanta o ensino do

PEJ até a terminalidade do Ensino Fundamental. Assim, ficam instituídos:

 

     O PEJ I (proposta que atende o 1º segmento do 1º grau, correspondendo ao período da 1ª à 4ª série) e o PEJ II (proposta que atende ao 2º segmento do Ensino Fundamental, correspondendo ao período da 5ª à 8ª série), se ambos o pressuposto de um ensino não seriado, em blocos e progressivo.

     Importa  assinalar que a Legislação norteadora do PEJA inclui o Núcleo

Curricular Básico –A MultiEducação (1996) , uma nova concepção de organização curricular da SME/RJ, nestes termos:

(...) Documento orientador da rede municipal de Educação do Rio

de  Janeiro  .,  tanto  na produção do  texto da política  como  nas  estratégias

desenvolvidas para garantir a consolidação/implantação da proposta.  busca pela qualidade na educação ainda não fornecem um projeto ou receita pronta para criação de escolas mais eficazes e não devem ser empregados mecanicamente e sem referência ao contexto particular de cada escola”


     Em síntese, a  legislação que normatiza  a Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro está voltada aos seguintes documentos: Parecer 03/99, do Conselho Municipal de Educação; Portarias de Matrícula e de Avaliação; Resolução SME 776, de 08/04/2003; Parâmetros Curriculares do PEJA; Núcleo Curricular Básico NCB/ MultiEducação e Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9394/96.Isso implica dizer que as escolas  devem  acompanhar as mudanças legais condizentes ao atendimento desta modalidade “reintegradora” de ensino, garantindo a atualização, permanente e contínua,  de uma  escola atrativa e sedutora, lógico-mágica, re-unindo os “saberes tácitos”  e  saberes acadêmicos,construtos sócio históricos   correspondentes às finalidades sócio educativas, advindas das realidade social e do desenvolvimento científico -tecnológico
 

(...) Criar uma nova relação entre a escola e os professores, de um lado, e

os jovens alfabetizandos, do outro. Uma relação de troca entre o

saber universal e científico da escola, e o saber das camadas

populares, produzido em sua luta diária pela sobrevivência.

(Documento original do PEJ – 1985 apud Documento PEJA, 2005, p.7)

     Em 1998, a Secretaria Municipal de Educação, com a parceria estabelecida no novo convênio SME/MEC/FNDE nº 07922/97, implanta o ensino do PEJ até a terminalidade do Ensino Fundamental. Assim, ficam instituídos:

   O PEJ I (proposta que atende o 1º segmento do 1º grau, correspondendo ao

período da 1ª à 4ª série) e o PEJ II (proposta que atende ao 2º segmento do Ensino Fundamental, correspondendo ao período da 5ª à 8ª série), seguindo ambos o pressuposto de um ensino não seriado, em blocos e progressivo.

 

     Importa  assinalar que a Legislação norteadora do PEJA inclui o Núcleo

Curricular Básico –A MultiEducação (1996) , uma nova concepção de organização curricular da SME/RJ, nestes termos:

(...) Documento orientador da rede municipal de Educação do Rio

de  Janeiro  .,  tanto  na produção do  texto da política  como  nas  estratégias

desenvolvidas para garantir a consolidação/implantação da proposta.  busca pela qualidade na educação ainda não fornecem um projeto ou receita pronta para criação de escolas mais eficazes e não devem ser empregados mecanicamente e sem referência ao contexto particular de cada escola”


     Em síntese, a  legislação que normatiza  a Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro está voltada aos seguintes documentos: Parecer 03/99, do Conselho Municipal de Educação; Portarias de Matrícula e de Avaliação; Resolução SME 776, de 08/04/2003; Parâmetros Curriculares do PEJA; Núcleo Curricular Básico NCB/ MultiEducação e Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9394/96.Isso implica dizer que as escolas  devem  acompanhar as mudanças legais condizentes ao atendimento desta modalidade “reintegradora” de ensino, garantindo a atualização, permanente e contínua,  de uma  escola atrativa e sedutora, lógico-mágica, re-unindo os “saberes tácitos”  e  saberes acadêmicos,construtos sócio históricos   correspondentes às finalidades sócio educativas, advindas das realidade social e do desenvolvimento científico -tecnológico

 

CONTEXTO MACRO FACILITADOR

Principiar, aqui,  a nossa abordagem, conduz-nos de volta  ao cerne de um dos documentos propulsores dessa política notória de ressiginificação das bases epistemológicas e sensoriais que configuravam a escola de jovens e adultos  de nosso município, a Multieducação, ressaltando  a importância da valorização de  matrizes curriculares em vinculação com a democracia, “habilitando ao exercício público da participação  e da solidariedade”

 Imprescindível é ressaltar  que dentre  os múltiplos desafios para uma política pública  de educação, a escola pública  sempre esteve  sob choque de credibilidade da sociedade, com quadros políticos, econômicos  de fracionamento das lideranças, num imbróglio de indefinições,  ainda que presidindo a idéia de que a escola pública  é “anima”, está viva, sensibilizada e envolvida com a visão ampla e  abrangente dos problemas econômicos, sociais e  humanos
 
      Entendemos, assim, que na escola pública, principalmente, na “ escola do aluno-trabalhador”, a de ensino noturno, intrometem-se  pré-conceitos, desditas, propulsoras de desvãos e incertezas, desafiando,  perturbando e  abalando os quadros de referência mentais e sociais,  inexorável  anomia. Este  Cenário”armado”  é , paradoxalmente, dispositivo estratégico ao embate, “ o dispositivo que permite separar não o verdadeiro do falso, mas o inqualificável cientificamente do qualificável” ( Foucault)


     Desse modo, tomada, velada ou abruptamente,  a escola de educação de  jovens e adultos,  manifestos e latentes  trabalhadores,   “ de fraquezas e ameaças” à consecução exitosa não só para o PEJA , política pública  a qual aqui, especialmente,  reportamo-nos,  como também a todas as história da educação dessa população discente, por muitos anos excluída, do direito inalienável à educação, reafirma-se a preponderância do trabalho sócio(psico)pedagógico  do professor-educador, mediando e equalizando, as questões-problemas que obstaculizam, ameaçam,  o exercício de sua profissão e ofício, , com competência e ética, envolvimento e comprometimento, crítica e reflexivamente. A propósito, endossando o que ficou dito alhures:

 

Um dos pontos altos da Declaração de Hamburgo sobre educação de adultos, em 1997, foi o reconhecimento de que a educação permanente não constitui apenas um direito de todas as pessoas, mas é uma das chaves para as aspirações de cidadaniado século 21

Jorge Werthein



CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS DA POLÍTICA

De tudo que aqui ficou dito, sucinta e cuidadosamente , irrefutáveis são os laços e nós das políticas educacionais em nosso país, não se dissociando, evidentemente, da política educacional de tantos outros  países, sobretudo, da América Latina. Ultrapassar os obstáculos, situações-problema,  das adversidades do mundo pós-moderno , interesses conflitantes entre dominantes e dominados, é tarefa, nacional e mundial, promover  a grande via de conciliação, o respeito pela condição humana, a unidade pela diversidade é mola-mestra para que a educação em todos os níveis e modalidades de ensino se consubstancie como aceleradora de mudanças, associando competência de cidadania, seus pontos de contato e intercessões com a democracia, “um jeito nobre de viver”

 Não obstante, a sociedade clama por uma escola instrumentalizadora de transformações, justiça  social, chave-mestra  da paz. Essa conflagração vem sendo  potenciada   pelas  emergentes necessidades do indivíduo pós­moderno­globalizado. Portanto, interpretar e (com)-viver as novas formas de re-organizações da sociedade é imperativo categórico para a democracia, assim na escola como na vida,  dissiminadas pela palavra, pelos discursos , polifonia própria da democracia, re-unindo partes, buscando sínteses, a unidade na diversidade, no entendimento da  sustentabilidade da vida face à hospitalidade, à diversidade abalizadora dos Direitos Humanos, dirimindo, se não, atenuando os efeitos desagregadores de um capitalismo desenfreado travestido de “neoliberalismo”, manancial para a exploração legalizada,a negação ao trabalhador do produto de seu trabalho, excluído da vida , da escola, sem estatuto de cidadão, um forasteiro, estrangeiro em seu país, em sua cidade, sem “pertença”, em seus des-caminhos nas “estradas virtuais”, uma imagem desfocada, re-trato dos imbróglios de “um admirável mundo novo”, que é preciso “ad-mirar”, isto é, olhar junto com o outro, ver de perto,  muito perto, é ter a capacidade de problematizar o que parecia evidente, procurando esclarecer o que se apresenta como obscuro.

    Sobre esse terreno se assentam muitas das políticas públicas educacionais, ao longo de nossa história, não são poucas aquelas que alijaram alunos, professores e outros profissionais da educação e, pois, a sociedade, do esclarecimento, da informação, do conhecimento; entretanto nos “dis-cursos” de muitas das políticas de educação, importa reconhecer  o empenho e a travessia de muitas dessas políticas, acenando para a “terceira margem do rio”, ousando empreender grandiloqüência “aos rios sem discursos”, compreendendo a importância  da palavra, em “dis-cursos”, livre para servir ao homem, ser social e comunicacional por natureza, político;  “ o homem precisa ser estudado não apenas mais como o homo sapiens, mas também como o homo demens, o homo economicus, o homo faber, o homo poeticus, o homo ludos, o homo politicus, o homo prozaico”(Edgar Morin)

 

 

Temos necessidade de uma crítica dos valores morais, é
preciso começar por pôr em causa o valor mesmo desses
valores, e isso supõe o conhecimento das condições e das
circunstâncias do seu nascimento, do seu desenvolvimento,
da sua modificação.”
NIETZSCHE
 
LJD
   

 

 

 
 

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