quinta-feira, 24 de novembro de 2011

C. E. JOSE MARTI: A ESCOLA CIDADÃ, POLIFÔNICA, PRIMAZIA DA INTERAÇÃO VERBAL; DIDÁTICA NA PERSPECTIVA MULTI / INTERCULTURAL

MULTI- INTERCULTURALIDADE
FRONTEIRAS DAS CIDADANIAS: MULTICULTURALIDADE, INTERCULTURALIDADE;  MIGRAÇÃO
CIDADANIAS E  LUGARES DE PERTENCIMENTOS

Inclassificáveis

Arnaldo Antunes:

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?
que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?
aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes
orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs
somos o que somos
inclassificáveis
não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não há sol a sós
aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.
somos o que somos
inclassificáveis...
não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores,
não há sol a sós
egipciganos tupinamboclos
yorubárbaros carataís
caribocarijós orientapuias
mamemulatos tropicaburés
chibarrosados mesticigenados
oxigenados debaixo do sol
Antunes, Arnaldo. "Inclassificáveis". Letra de canção. In CD O silêncio. 1996.


MULTICULTARALIDADE - MULTICULTURALISMO
O conceito de  multicultural prende-se antes de mais com questões de justiça social, com preocupações políticas de procurar a igualdade e combater a discriminação que tem atingido determinadas camadas e grupos sociais
Movimento teórico e como prática social que contesta preconceitos e discriminações a indivíduos e grupos culturais historicamente submetidos a processos de rejeição ou silenciamento por sua condição de pertencimento identitário distinto dos padrões definidos como válidos e aceitáveis, seja no espaço escolar ou no contexto social mais amplo.

MIGRAÇÃO
A HUMANIDADE EM TRÂNSITO
O MELHOR LUGAR DO MUNDO...
É AQUI...
SONHO, REALIDADE, ESPERANÇA E BUSCA...

MIGRAÇÕES
O termo ”migrações” corresponde à mobilidade espacial da população, ou seja, é o ato de trocar de país, de região, de estado ou até de domicílio. Esse fenômeno pode ser desencadeado por uma série de fatores: religiosos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos e ambientais.



Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada/Lá sou amigo do rei/
Lá tenho a mulher que eu quero/Na cama que escolherei/
Vou-me embora pra Pasárgada/Vou-me embora pra Pasárgada/Aqui eu não sou feliz/Lá a existência é uma aventura/De tal modo inconsequente/Que Joana a Louca de Espanha/Rainha e falsa demente/Vem a ser contraparente/Da nora que nunca tive/E como farei ginástica/Andarei de bicicleta/Montarei em burro brabo/
Subirei no pau-de-sebo/Tomarei banhos de mar! /E quando estiver cansado/Deito na beira do rio/Mando chamar a mãe-d’água/Pra me contar as histórias/
Que no tempo de eu menino/Rosa vinha me contar/
Vou-me embora pra Pasárgada/Em Pasárgada tem tudo/
É outra civilização/Tem um processo seguro/
De impedir a concepção/Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade/Tem prostitutas bonitas/
Para a gente namorar/E quando eu estiver mais triste/
Mas triste de não ter jeito/Quando de noite me der
Vontade de me matar/- Lá sou amigo do rei -/
Terei a mulher que eu quero/Na cama que escolherei/
Vou-me embora pra Pasárgada

Pasárgada, in  Bandeira a Vida Inteira, Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada, Gilberto Gil e Manuel Bandeira – recriação por Gilberto Gil

O CONCEITO  DE INTERCULTURALIDADE,
SOB A ÓTICA DA EDUCAÇÃO...
implica as noções de reciprocidade e troca na aprendizagem, na comunicação e nas relações humanas

EDUCAÇÃO  E  INTERCULTURALIDADE
Uma escola que deseje ser democrática deverá optar por uma Pedagogia Intercultural, pois esta favorece a troca e a partilha de experiências entre o diferente, uma partilha que pode envolver vários intervenientes, tais como professores/Educadores, pais, alunos e a comunidade envolvente
Professores e Interculturalidade, Ricardo Vieira

ETNOCENTRISMO
“O etnocentrismo é ao mesmo tempo um traço cultural universalmente expandido e um fenómeno psicológico de natureza projectiva e discriminativa que faz com que toda a percepção se faça através duma grelha de leitura elaborada inconscientemente a partir do que nos é familiar e dos nossos próprios valores".
 Sou um pouco de todos que conheci,
um pouco dos lugares que fui,
um pouco das saudades que deixei,
sou muito das coisas que gostei.
Entre umas e outras errei,
entre muitas e outras conquiste

A propósito do estabelecimento de comunicação intercultural entre sujeitos e culturas diferentes
"No melhor dos casos, os autores espanhóis dizem bem dos índios, mas salvo exceção, nunca lhes falavam. Ora é falando ao outro [...] que eu lhe reconheço uma qualidade de sujeito comparável àquele que sou eu mesmo"

Paratodos
O meu pai era paulista / meu avô, pernambucano / o meu bisavô, mineiro / meu tataravô, baiano / meu maestro soberano / foi ant0nio brasileiro / foi antonio brasileiro / quem soprou esta toada / que cobri de redondilhas / pra seguir minha jornada / e com a vista enevoada / ver o inferno e maravilhas / nessas tortuosas trilhas / a viola me redime / creia, ilustre cavalheiro / contra fel, moléstia, crime / use dorival caymmi / vá de jackson do pandeiro / vi cidades, vi dinheiro / bandoleiros, vi hospícios / moças feito passarinho / avoando de edifícios / fume ari, cheire vinicius / beba nelson cavaquinho / para um coração mesquinho / contra a solidão agreste / luiz gonzaga é tiro certo / pixinguinha é inconteste / tome noel, cartola, orestes / caetano e joão gilberto / viva erasmo, ben, roberto / gil e hermeto / palmas para todos / os instrumentistas / salve edu, bituca, nara / gal, bethania, rita, clara / evoé, jovens a vista / o meu pai era paulista / meu avô, pernambucano / o meu bisavô, mineiro / meu tataravô, baiano / vou na estrada há muitos anos / sou um artista brasileiro
 Buarque, Chico, in CD Paratodos, 1993

Emigrantes             
Esperemos o embarque, irmão.
Chegamos sem esperança,
só com relíquias de séculos
na palma da mão.

Pela terra endurecida,
não há campo que se aproveite.
Mesmo os rios vão morrendo
pela solidão.

Não sofras por teres vindo.
Alguém nos mandou de longe
para ver como ficava
um rosto humano banhado
de desilusão.

Olhemos esses desertos
onde é impossível deixar-se
mesmo o coração.

Ah, guardemos nossos olhos
duráveis como as estrelas
e seguramente secos
como as pedras do chão.

Iremos a outros lugares,
onde talvez haja tempo,
misericórdia, viventes,
amor, ocasião.
Esperemos, esperemos.

Relógios além das nuvens
moem as horas e as lágrimas
para a salvação.

Cecília Meireles (1901-1964)



EU ESTIVE EM TODOS OS LUGARES MAS SÓ ME ENCONTREI EM MIM MESMO
JOHN LENNON 

A PÁTRIA  É NOS LUGARES ONDE A ALMA ESTÁ ACORRENTADA

VOLTAIRE










Nenhum comentário:

Postar um comentário