O escritor
Millôr Fernandes morreu aos 88 anos, às 21h de terça-feira (27 de março),
em sua casa, no bairro de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Millor
foi jornalista, escritor, cartunista, dramaturgo e tradutor.Foi um dos Fundadores de 'O Pasquim'- edições publicadas entre 1968 e 1991.
Durante
a ditadura militar, fundou, com outros escritores, o jornal “O Pasquim”. Com
textos perspicazes, ilustrações irônicas, debochadas e personagens inesquecíveis,
como o Graúna, os Fradins , o Ubaldo
O Pasquim era semanário, entrou na luta pela democracia num dos
períodos políticos mais sinistros e turbulentos do país.
O Pasquim foi
se tornando mais politizado à medida que aumentava a repressão da ditadura,principalmente
após a promulgação do repressivo ato AI-5.
O Pasquim passou então a ser porta-voz da indignação social brasileira.
Ao
mesmo tempo que combatiam a censura, Millôr, Henfil, Jaguar, Tarso de Castro,
Sérgio Cabral, Ivan Lessa, Sérgio Augusto e Paulo Francis, dentre outros
colaboradores do jornal, sofriam com ela. A mesma redação que, em novembro de
1970, seria inteira presa por causa de uma sátira do quadro de Dom Pedro às
margens do Ipiranga
Os militares esperavam que o
semanário saísse de circulação e seus leitores perdessem o interesse, mas
durante todo o período em que a equipe esteve encarcerada — até fevereiro de
1971 — O Pasquim foi mantido sob a editoria de Millôr Fernandes (que
escapara à prisão), com colaborações de Chico Buarque,
Antônio Callado, Rubem Fonseca,
Odete Lara,
Gláuber Rocha
e diversos intelectuais cariocas Fernandes (que escapara à prisão), com
colaborações de Chico Buarque, Antônio
Callado, Rubem Fonseca, Odete Lara,
Gláuber Rocha
e diversos intelectuais cariocas.
O jornal ainda sobreviviveria à
abertura política de 1985, mesmo com o surgimento de inúmeros jornais de
oposição
Dominamos a tecnologia. E perdemos de
goleada para a sociologia
Millor
Fernandes
Conheço um porrilhão de gente que
pensa ter o ativismo de Che Guevara e a filosofia de Marx. E têm apenas os
furúnculos de Marx e a asma de Chê.
Millor
Fernandes
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