É preciso construir, com o cidadão, um novo modelo de vida e de
trabalho.
As forças produtivas transformam-se em
forças destrutivas do homem e do ambiente; por isso, é imperativo rever a
relação trabalho e meio ambiente, homem e meio ambiente, sendo a palavra-chave,
a ideia-força, a “sustentabilidade”
Nós já só trabalhamos para reparar os estragos do trabalho... Nós
já transformamos e exploramos bastante o mundo, é chegado o tempo de
compreendê-lo.
Michel
Serres
Esta era que
chamamos “comunicacional” pratica as mais
desconfortáveis, inapropriadas, reduções
do conceito de “trabalho”, que já
recebeu cargas semânticas as mais “vexatórias”
possíveis, em conformidade com a sociedade em questão, suas crenças, valores,
ideais, política, cultura; destas feitas:
Na Antigüidade, o trabalho era entendido como
a atividade dos que haviam perdido a liberdade. O seu significado confundia-se
com o de sofrimento ou infortúnio ( Robert Kurz)
O
significado de sofrimento e de punição perpassou pela história da civilização,
diretamente se relacionando ao sentido do termo que deu origem à palavra
trabalho. Essa vem do latim vulgar tripalium, embora seja, às vezes,
associada a trabaculum. Tripalum era um instrumento feito de três
paus aguçados, com ponta de ferro, no qual os antigos agricultores batiam os
cereais para processá-los. Associa-se a palavra trabalho ao verbo tripaliare,
igualmente do latim vulgar, que significava "torturar sobre o trepalium",
mencionado como uma armação de três troncos, ou seja, suplício que substituiu o
da cruz, instrumento de tortura no mundo cristão. Por muito tempo, a palavra
trabalho significou experiência dolorosa, padecimento, cativeiro, castigo. (Francisco
Bueno).
Neste
início de século, uma outra transformação passou a ocorrer com o trabalho
humano, entendido como emprego: com o avanço tecnológico, está ameaçado e, até,
sendo eliminado do processo de produção da era da microeletrônica e da
automatização. Diante do que foi discutido, depreende-se que o entendimento do
que seja emprego e dos conceitos a ele relacionados é extremamente instável. (RIFKIN,
Jeremy. O fim dos empregos RIFKIN)
Hoje, o
trabalho está associado a aprender a viver
junto, conviver, trabalhar junto, em
equipe, sendo considerado uns
dos pilares mais importantes do
processo educativo desses novos tempos. Em síntese, o trabalhador, face à mundialização da economia e o uso cada vez
maior da tecnologia, deverá ser um
sujeito criativo, crítico,
responsável, reflexivo e pensante, preparado
para agir e se adaptar, ágil e atentamente, às mudanças dessa nova velha sociedade.
O trabalho é mais antigo que o
emprego, o trabalho existe desde o momento que o homem começou a transformar a
natureza e o ambiente ao seu redor, desde o momento que o homem começou a fazer
utensílios e ferramentas. Por outro lado, o emprego é algo recente na história
da humanidade. O emprego é um conceito que surgiu por volta da Revolução
Industrial, é uma relação entre homens que vendem sua força de trabalho por
algum valor
O diploma passa a não significar necessariamente uma garantia
de emprego. A empregabilidade está relacionada à qualificação pessoal
A
educação do século XXI deve desenvolver objetivos significativos como:
valorizar a inteligência coletiva e não a individual; perceber que todos são
capazes e não uma minoria; valorizar as inteligências múltiplas; a emoção e a
imaginação devem ser tão importantes quanto o conhecimento técnico; ter
capacidade de resolver questões abertas e imaginar futuros alternativos, assim
como a necessidade contínua de adquirir novos conhecimentos durante toda a
vida.
Um pensamento moderno em
educação ( Sacristán , apud Imbernón, 2000)
“A
ocupação informal” era entendida como uma forma peculiar de inserção na divisão
social do trabalho. Mas, atualmente, para M.Davis (2006), os trabalhadores
desempregados da América Latina compõem um vasto “proletariado informal”, o
qual não pode ser chamado de lumpesinato e muito menos de exército de reserva,
pois já não são reservas de nada. São “supranumerários” e “inúteis para o mundo”
capitalista (CASTEL, 1998)
Cottle diz que depois de estarem desempregados por um ano
aproximadamente, os trabalhadores, em sua maioria, começam a direcionar sua
raiva contra si próprios. Receosos de jamais trabalharem novamente, começam a culpar-se
pela situação. Experimentam um enorme sentimento de vergonha e inutilidade,
agravado pela perda de vitalidade. Em lugar de raiva, sentem-se deprimidos e
resignados. Muitos até abandonam suas famílias. A morte psicológica muitas
vezes é seguida de morte efetiva.
O desemprego e a perda de esperança num futuro melhor estão
entre as razões pelas quais dezenas de milhares de adolescentes estão se
voltando para uma vida de crime e de violência. A polícia estima que 270 mil
estudantes portam armas nas escolas diariamente nos Estados Unidos. As escolas
dos EU estão transformando-se rapidamente em fortalezas armadas, com corredores
patrulhados por forcas de segurança e monitorados por equipamento de vigilância
de alta tecnologia. Câmeras ocultas, máquinas de raio-X e detectores de metal
estão tornando-se rotina em muitas escolas.
Às vésperas do terceiro milênio, a civilização encontra-se vacilante
entre dois mundos muito diferentes, um utópico e cheio de promessas, o outro
real e repleto de perigo. Em debate está o próprio conceito de trabalho. Como
pode a humanidade começar a se preparar para um futuro no qual a maior parte do
trabalho formal terá sido transferido de seres humanos para máquinas?
Esta é a arena em que homens e mulheres explorarão novos
papéis e responsabilidades e encontrarão novos significados para suas vidas,
agora que o valor de mercado de seu tempo está desaparecendo.
Bibliografia
Rifkin, Jeremy - "O Fim dos
Empregos" Castells, Manuel - "A Sociedade em Rede - Volume 1"
Moura, Paulo C. - "A Crise do Emprego"
http://www.ime.usp.br/~is/ddt/mac333/projetos/fim-dos-empregos/empregoEtrabalho.htm
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