sábado, 15 de março de 2014

2º Sábado Letivo – 15 de março de 2014, no C E Jose Marti


                                                               GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO -  SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO
      DIRETORIA REGIONAL METROPOLITANA II I- C. E. JOSE MARTI
2º Sábado Letivo – 15 de março de 2014

Assim estamos: cegos de nós, cegos do mundo. Desde que nascemos, somos treinados para
não ver mais que pedacinhos. A cultura dominante, cultura do desvínculo, quebra a história
passada como quebra a realidade presente; e proíbe que o quebra-cabeças seja armado.
(“O elefante”, Eduardo GALEANO, 1990)
O meu país (Zé Ramalho)

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram - se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é, com certeza, o meu país
Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é, com certeza, o meu país
Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio-X
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
                                                               Pode ser o país do futebol
                                                               Mas não é, com certeza, o meu país

                                                               
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o Brasil em mil brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não, é com certeza, o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

 

Atenciosa e cordialmente
A Equipe Diretiva do C. E. Jose Marti

Lucia de J. Duarte

Diretora geral do Colégio Estadual Jose Marti







 

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