quarta-feira, 12 de setembro de 2012

RUI BARBOSA, UMA CELEBRIDADE

De tanto ver triunfar as nulidades;
de tanto ver prosperar a desonra,

de tanto ver crescer a injustica,
de tanto ver agigantarem-se os
poderes nas maos dos maus,
o homem chega a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto."

RUI BARBOSA, UMA CELEBRIDADE BRASILEIRA



Rui Barbosa (  5/11/1849, Salvador (BA)1o/3/1923, Petrópolis (RJ) ) um dos maiores juristas e políticos que o Brasil já teve

Rui Barbosa de Oliveira bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1870. No início da carreira, na Bahia, engajou-se numa campanha em defesa das eleições diretas e da abolição da escravatura. Depois, seria político relevante na República Velha, ganhando projeção internacional durante a Conferência de Paz de Haia (190Com seu enorme prestígio, Rui Barbosa candidatou-se duas vezes à Presidência da República (nas eleições de 1910, contra Hermes da Fonseca, e nas de 1919, contra Epitácio Pessoa em 1919), mas foi derrotado em ambas.
Como jornalista, escreveu para diversos órgãos, em especial "A Imprensa", o "Jornal do Brasil" e o "Diário de Notícias", tendo presidido esse último. Sócio-fundador da Academia Brasileira de Letras, sucedeu a Machado de Assis na presidência da casa.

E oportuno, sempre, e ler, e reler, as palavras de nosso ilustre Rui barbosa; por isso,  segue a transcrição de Política e Politicalha, um dos muitos brilhantes escritos desse imortal  brasileiro




POLÍTICA E POLITICALHA

A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada”, conclui.
“A política afina o espírito humano, educa os povos no conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia; cria, apura, eleva o merecimento. Não é esse jogo de intriga, da inveja e da incapacidade, a que entre nós se deu a alcunha de politicagem. Essa palavra não traduz ainda todo o desprezo do objeto significado. Não há dúvida que rima bem com criadagem e parolagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os seus consoantes. Quem lhe dará com o batismo adequado? Politiquice? Politiquismo? Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como um ferrete, e desperta ao ouvido uma consonância elucidativa.
Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou um conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.”

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