sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PAP3/2010...ESPELHO, ESPELHO MEU,,,NARCISO ACHA FEIO O QUE NÃO É ESPELHO...


ENTRE SIMULACROS... IDENTIDADES SOCIAIS, FLUIDAS...”QUE PERTENCIMENTOS”!!! ASSIM...


ESTELLE, PARA REVERTER O PROCESSO DE DESNUDAMENTO DE SEU EU INTERIOR, RECORRE À TENTATIVA DE RECUPERAR SUA APARÊNCIA, EXIGINDO DE GARCIN UM ESPELHO: "UM ESPELHO, UM ESPELHINHO DE BOLSO, QUALQUER UM?" MAS NÃO RESTARAM TAIS OBJETOS E ELA SOFRE MAIS UMA PERDA: "QUANDO EU NÃO ME VEJO, PRECISO ME APALPAR PRA SABER SE ESTOU EXISTINDO MESMO". ELA É TODO EXTERIOR, DEPENDENTE DA PRÓPRIA IMAGEM, QUE A LIVRA DO NAUFRÁGIO EM SUA INTERIORIDADE. NA EXPECTATIVA DE RETER A IMAGEM CONSTRUÍDA PARA USO SOCIAL, ELA ACEITA A OFERTA DE INÊS, QUE SE APROXIMA E DEIXA QUE A OUTRA USE SEUS OLHOS APAIXONADOS COMO SUPERFÍCIE REFLETORA: "OLHA DENTRO DE MEUS OLHOS: VOCÊ CONSEGUE SE VER? (...) NENHUM ESPELHO VAI SER MAIS FIEL DO QUE EU."
SARTRE


O OLHAR DO OUTRO, RECUSANDO A PASSIVIDADE DO ESPELHO QUE APENAS REPRODUZ, DESCARNA A TODOS. (...)


"CADA UM DE NÓS É O CARRASCO DOS OUTROS DOIS", DIZ INÊS
TODOS ESTES OLHARES QUE ME DEVORAM... (ELE SE VIRA DE REPENTE.) E VOCÊS, SÃO APENAS DUAS? AH, EU PENSAVA QUE VOCÊS SERIAM MUITO MAIS NUMEROSAS. (RI.) ENTÃO, É ISTO O INFERNO. EU NÃO PODERIA ACREDITAR... VOCÊS SE LEMBRAM: ENXOFRE, FORNALHAS, GRELHAS... AH! QUE PIADA. NÃO PRECISA DE NADA DISSO: O INFERNO SÃO OS OUTROS."

SARTRE


A INTERTEXTUALIDADE, O DIALOGISMO ENTRE AS ÁREAS DE CONHECIMENTOS


DA FÍSICA CLÃSSICA, CARTESIANA, Á FÍSICA QUÂNTICA, HOLISTA





  • A PRINCIPAL CAUSA DE NOSSOS ERROS ENCONTRAR-SE-Á NOS PRECONCEITOS DE NOSSA INFÂNCIA (...) DE CUJOS PRINCÍPIOS ME DEIXEI PERSUADIR, NA MOCIDADE, SEM TER AVERIGUADO SE NELES HAVIA VERDADE
    DESCARTES


EM TEMPO, SOBRE RENÉ DESCARTES:
DESCARTES FOI REALMENTE CONTROVERSO, FUNDADOR DA FILOSOFIA MODERNA, E DO RACIONALISMO, DOUTRINA QUE ATRIBUI À RAZÃO HUMANA A CAPACIDADE EXCLUSIVA DE CONHECER E ESTABELECER A VERDADE. O RACIONALISMO PRIVILEGIA O PENSAMENTO LÓGICO COMO FORMA DE EXPLICAÇÃO DA REALIDADE
RENÉ DESCARTES RECEBEU INSTRUÇÃO CIENTÍFICA E FILOSÓFICA EM UMA DAS MELHORES ESCOLAS DA FRANÇA, PENSO, LOGO EXISTO” É UMA DE SUAS SENTENÇAS MAIS CONHECIDAS .
PENSO, LOGO EXISTO ESTÁ, TAMBÉM, EM UM DOS TEXTOS MAIS CONHECIDOS DO FRANCÊS RENÉ DESCARTES: O DISCURSO DO MÉTODO “GRANDE LIVRO DO MUNDO” - TERMO POR ELE EMPREGADO EM O DISCURSO DO MÉTODO). O DISCURSO DO MÉTODO TRAZ A AUTOBIOGRAFIA INTELECTUAL DO FILÓSOFO E A METODOLOGIA POR ELE CRIADA PARA A BUSCA DE UM CONHECIMENTO VERDADEIRO.


NÃO SEPARE COM TANTA PRECISÃO OS HERÓIS DOS VILÕES, CADA QUAL DE UM LADO, TUDO MUITO BONITINHO COMO NAS EXPERIÊNCIAS DE QUÍMICA. NÃO HÁ GENTE COMPLETAMENTE BOA NEM GENTE COMPLETAMENTE MÁ, ESTÁ TUDO MISTURADO E A SEPARAÇÃO É IMPOSSÍVEL. O MAL ESTÁ NO PRÓPRIO GÊNERO HUMANO, NINGUÉM PRESTA. ÀS VEZES A GENTE MELHORA. MAS PASSA ... E QUE INTERESSA O CASTIGO OU O PRÊMIO? ... TUDO MUDA TANTO QUE A PESSOA QUE PECOU NA VÉSPERA JÁ NÃO É A MESMA A SER PUNIDA NO DIA SEGUINTE.


LIGIA FAGUNDES TELES



A VIDA LÍQUIDA É UMA VIDA PRECÁRIA, VIVIDA EM CONDIÇÕES DE INCERTEZA CONSTANTE. AS PREOCUPAÇÕES MAIS INTENSAS E OBSTINADAS QUE ASSOMBRAM ESSE TIPO DE VIDA SÃO OS TEMORES DE SER PEGO TIRANDO UMA SONECA, NÃO CONSEGUIR ACOMPANHAR A RAPIDEZ DOS EVENTOS, FICAR PARA TRÁS, DEIXAR PASSAR AS DATAS DE VENCIMENTO, FICAR SOBRECARREGADO DE BENS AGORA INDESEJÁVEIS, PERDER O MOMENTO QUE PEDE MUDANÇA E MUDAR DE RUMO ANTES DE TOMAR UM CAMINHO SEM VOLTA. A VIDA LÍQUIDA É UMA SUCESSÃO DE REINÍCIOS, E PRECISAMENTE POR ISSO É QUE OS FINAIS RÁPIDOS E INDOLORES, SEM OS QUAIS REINICIAR SERIA INIMAGINÁVEL, TENDEM A SER OS MOMENTOS MAIS DESAFIADORES E AS DORES DE CABEÇA MAIS INQUIETANTES. ENTRE AS ARTES DA VIDA LÍQUIDO-MODERNA E AS HABILIDADES NECESSÁRIAS PARA PRATICÁ-LAS, LIVRAR-SE DAS COISAS TEM PRIORIDADE SOBRE ADQUIRI-LAS.


VIDA LÍQUIDA, ZYGMUNT BAUMAN




Caetano Veloso - Sampa
Alguma coisa acontece no meu coração


que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João


é que quando eu cheguei por aqui


eu nada entendida dura poesia concreta de tuas esquinas


da deselegância discreta de tuas meninas


Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução


Alguma coisa acontece no meu coração


que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João


Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto


chamei de mau gosto o que vide mau gosto, mau gosto


é que Narciso acha feio o que não é espelho


e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho


nada do que não era antes quando não somos mutantes


E foste um difícil começo


afasto o que não conheço


e quem vem de outro sonho feliz de cidade


aprende de pressa a chamar-te de realidade


porque és o avesso do avesso do avesso do avesso


Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas


da força da grana que ergue e destrói coisas belas


da feia fumaça que sobe apagando as estrelas


eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços


tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva


Panaméricas de Áfricas utópicas, túmulo do samba


mais possível novo quilombo de Zumbi


e os novos baianos passeiam na tua garoa


e novos baianos te podem curtir numa boa.



Obs.:Quilombo = Refúgio dos escravos negros que fugiam./Zumbi = líder do maior quilombo que já houve./Baiano = da Bahia, estado do Nordeste do Brasil./Favelas = Lugar de casas muito humildes./Curtir = Deleitar-se, aproveitar-se, gostar.



ENFIM, NA PÓS-MODERNIDADE, O DEUS DIONÍSIO ESTÁ, TAMBÉM. SAIBA O PORQUÊ...
Na pós-modernidade, a essência do mito de Dionísio, deus pagão , filho de Zeus e Sêmele, Dionísio foi entregue às ninfas, aos sátiros, às musas e aos pastores dos bosques de Nisa, o que fez com que crescesse dançando, cantando e aprendendo certos cultivos. Quando adulto, viveu como nômade e onde passou ensinou canto, dança e a arte de beber. Segundo Marlene Fortuna, Dionísio representa todas as possibilidades de existência: “fantasia, desmesura, capricho, inquietação, encantamento, assombro, credulidade e incredulidade, sedução, tentação, magia”. A autora ainda completa: “o nascimento e a morte, sombra e luz, tensão e destensão do ser [...]; Dionísio: símbolo da “cólera cósmica”, a fúria, a metáfora da ira, o vinho, a fertilidade, a lua, turbilhão, criação, maldição e força. É por esse motivo que Dionísio ficou conhecido como deus do teatro, do ator, da loucura, da bebedeira, do disparate, da inconsequência, mas também, da agilidade, da criatividade, do sagrado mutante e de um poder comunicacional só dele: interagir com diferentes grupos de sua sociedade – da plebe aos deuses inferiores.


LJD



Nenhum comentário:

Postar um comentário