SE VOCÊ QUER UMA IMAGEM DE COMO SERÁ O FUTURO,
IMAGINE UM COTURNO MILITAR ESMAGANDO A CABEÇA DE UM HOMEM – PARA SEMPRE
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GEORGE ORWELL.
O fim de Kadafi e o futuro da África
Com a morte de Kadaff, a África está entrando numa nova fase de intervenção externa, entre as tantas de sua história .As consequências para a sonhada democracia pouco, ou nada, se podem prever; historicamente, toda intervenção externa está fadada aos ditames dos interventores., enredando guerras sem fim, lutas pelo poder, miséria do povo, riqueza dos dominadores . Logo, a morte de Kadaff não é alívio, outrossim, soma de preocupações, perguntas sem respostas, para todos que respeitam a vida, o seu semelhante, sonhando, trabalhando para um mundo equitativo e equânime, um mundo de justiça e paz. Enfim, face ao cenário configurado, que favorecimentos para a democracia podem advir, , sobretudo do Ocidente
LJD
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A morte de Muamar Kadafi, que governou a Líbia durante quase 42 anos (ele tomou o poder em golpe de Estado em 1º de setembro de 1969), repercutiu ontem entre as vítimas de supostos atentados maquinados pelo ex-governante, como também entre líderes europeus, africanos e das Américas. Vários deles, como o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU)
“Em todo o mundo, diversos líderes reagiram à morte de Kadafi. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, declarou que a morte do ditador era ‘uma etapa fundamental na liberação da Líbia’. O premiê britânico lembrou as vítimas do atentado de Lockerbie, em 1988. O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, disse esperar "o fim da violência na Líbia.
Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, a morte de Kadafi representa uma transição histórica para o país, acrescentando que o caminho a ser percorrido pela Líbia e seu povo será difícil e cheio de desafios. A Rússia, a Alemanha e a Espanha também reagiram à notícia, desejando que seja o início de uma nova era para o povo líbio.”
Ao lado das perguntas sobre o fato em si ficam outras sobre o futuro da África nessa nova circunstância internacional. O continente africano tem sido palco de uma nova série de intervenções de diversas naturezas.
“A China tem se concentrado em construir infra-estrutura e extrair matéria prima. Também, em alguns casos, exporta mão de obra. A Índia tem preferido favorecer a expansão de algumas mega-corporações onde tenha participação. O Brasil também participa desse jogo, privilegiando os países de língua portuguesa, mas também presente em outros, inclusive em países da Liga Árabe, não esquecendo que também houve venda de armamentos nessas negociações. Mas até aqui estamos falando de intervenções econômicas.
Já as potências ocidentais, França, Grã-Bretanha e Estados Unidos (com ajuda da Itália), através da OTAN ou não, privilegiaram o que sempre fizeram: a intervenção militar. A França foi particularmente agressiva nesse particular, intervindo diretamente na Costa do Marfim e “puxando”, por assim dizer, a intervenção na Líbia.
TUDO POR DINHEIRO?!
Já há notícias de negociações entre a França, a Grã-Bretanha e o Conselho Nacional de Transição na Líbia em torno do petróleo daquele país...
A propósito, vamos falar aqui, suscintamente, sobre a Líbia; assim, quiçá, encontramos alguns fios dessa trama, uma urdidura tecida por mãos de fadas e/ ou por mãos de bruxos(as)...
Situada no norte da África, a Líbia é um país desértico, sem rios permanentes, com clima quente e seco. A maioria da população (90%) vive na costa do mar Mediterrâneo, única região que recebe chuva. O litoral abriga a capital, Trípoli, e ruínas de antigas ocupações grega e romana, algumas declaradas patrimônios da humanidade. O restante do território é praticamente inabitado, existindo apenas algumas comunidades ao redor de oásis. O país dispõe de grandes reservas de petróleo - base da economia -, mas seu comércio é prejudicado pelo isolamento internacional do regime implantado pelo coronel Muammar Kadafi em 1969. O padrão de vida de sua população é um dos melhores da África: o país possui o terceiro maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do continente
Libia foi provincia turca até 1911 e colonia italiana desde 1911 até a Segunda Guerra Mundial.
O territorio é milenarmente uma federação de tribos beduinas e a parte urbana foi aquela em grande parte desenvolvida pelos italianos. A Libia ja era bem conhecida nos tempos do Imperio Romano e a influencia italiana permanece até hoje, muitos libios de classe media falam italiano.
A HISTÓRIA DA LÍBIA
REPRODUÇÃO DO BLOG DA PROFESSORA Edilza Fontes http://edilzafontes.blogspot.com/2011/03/histtoria-da-libia.html
Líbia: antigo assentamento de povos tão díspares quanto os fenícios, os romanos e os turcos, a Líbia recebeu seu nome dos colonos gregos, no século II antes da era cristã.
Durante grande parte de sua história, a Líbia foi povoada por árabes e nômades berberes, e somente na costa e nos oásis estabeleceram-se colônias. Fenícios e gregos chegaram ao país no século VII a.C. e estabeleceram colônias e cidades. Os fenícios fixaram-se na Tripolitânia e os gregos na Cirenaica. Os cartagineses, herdeiros das colônias fenícias, fundaram na Tripolitânia uma província, e no século I a.C. o Império Romano se impôs em toda a região, deixando monumentos admiráveis (Leptis Magna).
A Líbia permaneceu como província romana até ser conquistada pelos vândalos em 455 d.C. Após ser reconquistada pelo Império bizantino, continuador do romano, a região passou a ser dominada pelos árabes em 643. Os árabes estenderam a área cultivada em direção ao interior do deserto do saara.
Durante pouco mais de três séculos, os berberes almôadas mantiveram o domínio sobre a região tripolitana, enquanto a Cirenaica esteve sob o controle egípcio.
Em 1551, Solimão I, o Magnífico, incorporou a região ao Império Otomano[5], estabelecendo o poder central em Trípoli. A autoridade turca, entretanto, mal passava da região para além da costa.
Dois séculos mais tarde, o reinado da dinastia Karamanli, que dominou Trípoli durante 120 anos, contribuiu para assentar mais solidamente as regiões de Fezã, Cirenaica e Tripolitânia, e conquistou maior autonomia, sendo apenas nominalmente pertencente ao Império Otomano, a região servia de base para corsários, o que motivou intervenção norte-americana, a primeira Guerra Berbere ocorreu entre 1801 e 1805.
Em 1835, o Império Otomano restabeleceu o controle sobre a Líbia, embora a confraria muçulmana dos sanusis tenha conseguido, em meados do século, dominar os territórios da Cirenaica e de Fezã (interior do país).
Em 1911, sob o pretexto de defender seus colonos estabelecidos na Tripolitânia, a Itália declarou guerra ao Império Otomano e invadiu o país. Fato que iniciou a Guerra Ítalo-Turca. A seita puritana islâmica dos sanusis liderou a resistência, dificultando a penetração do Exército italiano no interior. A Turquia renunciou a seus direitos sobre a Líbia em favor da Itália no Tratado de Lausanne ou Tratado de Ouchy (1912). Em 1914 todo o país estava ocupado pelos italianos que, no entanto, como os turcos antes deles, nunca conseguiram afirmar sua autoridade plena sobre as tribos sanusi do interior do deserto.
Com a eclosão da primeira guerra mundial, os italianos ocuparam os portos de trípoli e de homs (al-khums), no entanto, como os turcos antes deles, nunca conseguiram afirmar sua autoridade plena sobre as tribos sanusi do interior do deserto.Após a guerra, a itália teve de enfrentar a resistência liderada por sidi omar al-mukhtar, que só terminou em 1931 quando o líder da rebelião foi capturado e enforcado] e em 1939, a líbia foi incorporada ao reino da itália.
A descoberta, em 1961, de jazidas de petróleo, do qual a líbia detém a nona maior reserva mundial, constituiu, no entanto, fator decisivo para que o governo líbio exigisse a retirada das forças estrangeiras, o que provocou graves conflitos políticos com os estados unidos , reino unido e com o egito. em 1963, aboliu-se a organização federativa.
Em 1977, a líbia passou a se chamar jamahiriya árabe popular e Socialista ("Jamahiriya" é um neologismo que significa Estado das Massas)Durante a Primeira Guerra Mundial, os líbios recuperaram o controle de quase todo o território, à exceção de alguns portos. Terminada a guerra, os italianos empreenderam a reconquista do país. Em 1939 a Líbia foi incorporada ao reino da Itália. A colonização não alterou a estrutura econômica do país, mas contribuiu para melhorar a infra-estrutura, como a rede de estradas e o fornecimento de água às cidades.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o território líbio foi cenário de combates decisivos. Entre 1940 e 1943 houve a campanha da Líbia entre o Afrikakorps do general alemão Rommel e as tropas inglesas. Findas as hostilidades, o Reino Unido encarregou-se do governo da Cirenaica e da Tripolitânia, e a França passou a administrar Fezã. Essa nações mantiveram a Líbia sob forte governo militar até que a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a independência do país no primeiro dia de 1952, data a partir da qual foi adotado o nome Reino Unido da Líbia. O líder religioso dos sanusis, o emir Sayyid Idris al-Sanusi, foi coroado rei com o nome de Idris I (1951-1969).
Depois de sua admissão na Liga Árabe, em 1953, a Líbia firmou acordos para a implantação de bases estrangeiras em seu território. Em 1954, houve a concessão de bases militares e aéreas aos norte-americanos. A influência econômica dos Estados Unidos e do Reino Unido, autorizados a manter tropas no país, tornou-se cada vez mais poderosa. A descoberta de jazidas de petróleo em 1959 constituiu no entanto fator decisivo para que o governo líbio exigisse a retirada das forças estrangeiras, o que provocou graves conflitos políticos com aquelas duas potências e com o Egito. Em 1961 tem início a exploração do petróleo.
A nova história da Líbia começou em 1969, quando um grupo de oficiais radicais islâmicos derrubou a monarquia e criou a Jamairia (República) Árabe Popular e Socialista da Líbia, muçulmana militarizada e de organização socialista. O Conselho da Revolução (órgão governamental do novo regime) era presidido pelo coronel Muammar al-Khadafi. O regime de Muammar Khadafi, chefe de Estado a partir de 1970, expulsou os efetivos militares estrangeiros e decretou a nacionalização das empresas, dos bancos e dos recursos petrolíferos do país.
Em 1972, a Líbia e o Egito uniram-se numa Confederação de Repúblicas Árabes, que se dissolveu em 1979. Em 1984, a Líbia e o Marrocos tentaram uma união formal, extinta em 1986.
Khadafi procurou desencadear uma revolução cultural, social e econômica que provocou graves tensões políticas com os Estados Unidos, Reino Unido e países árabes moderados (Egito, Sudão). Apoiado pelo partido único, a União Socialista Árabe, aproveitou-se da riqueza gerada pela exploração das grandes reservas de petróleo do país para construir seu poderio militar e interferir nos assuntos dos países vizinhos, como o Sudão e o Chade (Tchad). O Chade foi invadido pela Líbia em 1980.
Depois da Guerra do Yom Kippur, a Líbia levou seus parceiros árabes a não exportar petróleo para os Estados que apoiaram Israel. Opôs-se à iniciativa do presidente egípcio Anwar al-Sadat, de restabelecer a paz com Israel, e participou ativamente, junto com a Síria, da chamada "frente de resistência" em 1978. Seu apoio à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) se intensificou, e a cooperação com os palestinos se estendeu a outros grupos revolucionários de países não árabes, que receberam ajuda econômica líbia.
A rejeição a Israel, as manifestações anti-americanas e a aproximação com a União Soviética, por parte da Líbia, geraram sérios conflitos na década de 1980. As relações da Líbia com os Estados Unidos se deterioraram quando, em 1982, os Estados
Unidos impuseram um embargo às importações de petróleo líbio. Em resposta a vários atentados contra soldados americanos na Europa e às acusações de que o governo líbio patrocinava ou estimulava o terrorismo internacional, o presidente Ronald Reagan ordenou, em abril de 1986, um bombardeio da aviação americana a vários alvos militares em Trípoli e Bengazi, em que pereceram 130 pessoas. Kadhafi, que perdeu uma filha adotiva quando sua casa foi atingida, manteve-se como chefe político, mas sua imagem internacional deteriorou-se rapidamente.
Para tirar o país do isolamento diplomático, no início da década de 1990 o chefe líbio dispôs-se a melhorar o relacionamento com as potências ocidentais e com as nações vizinhas. Em 1989, a Líbia associou-se à União de Magreb, um acordo comercial dos Estados do norte da África. Em 1991, durante a Guerra do Golfo Pérsico, a Líbia adotou uma posição moderada, opondo-se tanto à invasão do Kuwait quanto ao posterior uso da força contra o Iraque. Apesar de sua neutralidade no conflito, a Líbia se manteve sob crescente isolamento internacional até meados da década. Em 1992 os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, com a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, impuseram pesados embargos ao comércio e ao tráfego aéreo líbio, porque o governo se negava a extraditar os dois líbios suspeitos de terem colocado uma bomba num avião de passageiros norte-americano que explodiu sobre Lockerbie, na Escócia, em 1988, e matou 270 pessoas (Atentado de Lockerbie). Este tipo de sanção repetiu-se nos anos seguintes, mas Khadafi desrespeitou o bloqueio aéreo militar viajando para Nigéria e Níger, bem como enviando peregrinos a Meca em aviões de bandeira líbia.
Em 1993 a Líbia rompeu relações com o Irão, reagindo contra o crescimento do fundamentalismo islâmico. Em 1994, os líbios retiram-se do Chade. As relações de Khadafi com os palestinos se deterioraram, à medida que estes se mostraram dispostos a negociar uma paz com Israel, e em setembro de 1995 o dirigente líbio anunciou a expulsão de 30 mil palestinos que trabalhavam na Líbia. A medida foi suspensa depois da deportação de 1500 pessoas, e em outubro de 1996 Khadafi anunciou que estas seriam indenizadas. O regime líbio tem enfrentado uma crescente resistência de parte de grupos religiosos islâmicos, e em 1997 seis oficiais do exército foram fuzilados, acusados de espionagem. Tentando melhorar sua imagem internacional, Khadafi admitiu a possibilidade de conceder a extradição dos dois agentes acusados do atentado de Lockerbie, desde que não sejam julgados nos Estados Unidos da América ou no Reino Unido.
Revolução contra o actual regime ditatorial
Em fevereiro de 2011, manifestações contra o governo de Muammar al-Gaddafi provocaram a morte de dezenas de civis.
comunicação por telefone é difícil e o país cortou por completo o acesso dos computadores à internet. A embaixada de diversos países, incluindo Brasil e Portugal tem tomado medidas para retirar cidadãos de seus respectivos países de solo Líbio. A imprensa internacional não foi autorizada a entrar no país e o aeroporto de Tripoli teve suas pistas bombardeadas, dificultando aterrisagens e decolagens, tornando muito crítica a situação do país. Relatos provenientes de testemunhas que falaram por telefone à estação de televisão britânica BBC, contam que atiradores abrem fogo indiscriminadamente sobre pessoas que não representam nenhuma ameaça. 'Eles não fazem distinção (entre civis e militares), estão atirando para limpar as ruas. (Os atiradores) não são humanos, não sei o que são. Vi uma mulher ser morta apenas por ter ido à varanda de sua casa. Ela não estava fazendo nada, não estava protestando. Apenas olhou pela sua varanda. E minha esposa ouviu o barulho de aviões bombardeando as pessoas"
LJD
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